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Leci Brandão canta a música do povo

 

Carioca de nascença e acolhida pelos paulistas desde os primeiros anos de carreira, a cantora, compositora e então deputada estadual pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Leci Brandão é a segunda mulher negra a atuar na Assembléia Legislativa de São Paulo e acredita na arte como uma forma de prestar serviço às pessoas e representar os menos favorecidos.

 

A Estação Primeira de Mangueira foi a primeira escola de samba a abrigar Leci como integrante da ala de compositores, espaço até então predominantemente masculino. Mesmo com a indicação de Zé Branco, compositor da escola na época, Leci não foi aceita sem precedentes, até carta precisou escrever, houve uma prévia de confiança por ela ser mulher. Foi apresentada aos 40 homens que compunham a ala. “Eu fiz uma carta falando para eles que eu já escrevia samba, e eu queria aprender mais. Disse também que a  Mangueira seria uma “Universidade do Samba”. Eles falaram que iam me aceitar se eu fizesse samba de terreiro. E foi assim que aconteceu. O ano de 1972 foi o primeiro que eu desfilei pela escola, já na ala de compositores”, conta Leci.

 

A história de vida da carioca é refletida em suas canções e a escolha do repertório de Leci já a prejudicou: ficou sem gravar discos por quase 5 anos. As músicas, apelidadas de “músicas de protesto” não eram bem vistas pelas gravadoras porque apresentam temáticas sociais, defendem as minorias, os negros, as mulheres, o pobre. Dois exemplos de músicas como essa são “Zé do Caroço” e “Negro Zumbi”. “A tatuagem do social sempre vai estar presente pela minha história de vida mesmo, morei em escola pública, minha mãe foi servente de escola, eu era servente junto com a minha mãe, minha avó era merendeira, varri muita sala de aula, andei de trem, carreguei marmita, tive patrão, foi difícil conseguir o primeiro emprego, porque precisavam de moça de boa aparência, mas boa aparência queria dizer não ser negra”, relembra a deputada.

 

Leci divide a vida artística com as obrigações de deputada, mas os ideais que sempre apresentou como cantora  se misturam com os do mandato: há projetos que defendem a educação e cultura, a igualdade racial, as mulheres nos espaços de poder, liberdade de crença religiosa, etc.

 

Nos projetos que envolvem seu nome como artista do samba, Leci faz questão de levar o que a caracteriza - o social. Quando foi convidada, por anos consecutivos antes de ser eleita, a comentar os carnavais no Rio e em São Paulo, ela não mediu esforços para que a comunidade fosse enaltecida nas escolas de samba: mostrou os discursos do Presidente, as tias baianas, os auxiliares, humanizou o desfile. “Não sou contra todo mundo participar. O carnaval é uma festa popular, mas não podem retirar a comunidade das escolas”, finaliza.


Conheça os projetos em que a deputada está envolvida: http://deputadalecibrandao.com.br/site/
 

Ouça trechos da entrevista com a Leci Brandão: 

ENTREVISTA - Leci Brandão
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